Histórico

A Paróquia Santo André, foi desmembrada da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, fundada em 20 de junho de 1971, tem como padroeiro o Apóstolo André, santo que a Igreja celebra sua memória no dia 30 de novembro, data de seu martírio. No dia 30 de novembro de 2014, Dom Redovino Rizzardo elevou à qualidade de paróquia, nomeando o primeiro pároco, o Padre Otair Nicoletti. A equipe de Coordenação do Conselho Comunitário de Pastoral - CCP está formada pelas seguintes pessoas: Coordenação: Laudelino Vieira, Paulo Crippa; Assuntos Econômicos: José Zanetti, Valter Claudino; Secretaria: Marcus Henrique e Naiara Andrade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

PRIORIDADES: O QUE É PASTORAL DA ACOLHIDA?


A Pastoral da Acolhida pode ser definida de diversas formas, porém, para que ela corresponda ao que se propõe, ou seja, pastoral, ação de pessoas, tais definições devem ter, necessariamente, fundamentações bíblicas. De antemão, lembramos que, sem o espírito evangélico, a acolhida na comunidade torna-se algo formal e mecânico, isento da dimensão fraterna, como ocorre na maioria das empresas, onde o objetivo é pautado por interesses econômicos.
Pastoral é a ação do pastor, do guia, do dirigente ou do agente que desenvolve gratuitamente, um trabalho na Igreja. De origem agrária, o termo pastoral tem seus princípios relacionados ao pastoreio de ovelhas, algo comum na Palestina do tempo de Jesus e que, por isso, foi muito usado na Bíblia como figura de linguagem para comparar-se às ações das lideranças da época e à própria ação de Jesus e seus discípulos.
A Pastoral da Acolhida se faz, na Igreja, algo muito importante e necessário. Diria, até, fundamental, essencial e primordial. Seu campo de ação não pode ser ocupado por outras Pastorais, porque ela é a porta de acesso a todas as outras e, inclusive, à própria comunidade. Se não houver uma boa acolhida, todos os trabalhos, todas as ações e a comunidade em si estão fadados ao fracasso. Ninguém quer permanecer onde não é bem acolhido. Para que um trabalho dê frutos é preciso, primeiro, que seus agentes sintam-se acolhidos.
São inúmeras as passagens bíblicas que mostram a importância da acolhida. São Paulo, na Carta aos Romanos (15,7), recomenda: “acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu para a glória do Pai”. Jesus escolheu e acolheu os apóstolos e discípulos para que seus propósitos se concretizassem (cf. Mt 10,1-8). Acolheu, sem discriminação ou preconceito, pessoas tidas como pecadoras, como por exemplo, cobradores de impostos (Mt 9,9-13), prostitutas (Lc 7,36-50), leprosos (Lc 17, 11-19; Mc 1,40-42) e outros tipos de doentes ou de pessoas consideradas impuras (Mc 6, 55-56). O Documento de Aparecida (DA, nn. 353-357) explica a ação de Jesus, destacando a acolhida como um serviço fundamental na Igreja. Mostra que a acolhida feita por Jesus é um gesto de amor e que só quem ama acolhe aqueles que são vítimas do desamor. A acolhida provoca transformações mútuas. Ao acolhermos, somos simultaneamente, acolhidos e essa reciprocidade é transformadora, provocadora de situações que geram outros gestos de amor.
Mas, afinal, o que é a Pastoral da Acolhida? É a Pastoral que acolhe as pessoas na comunidade paroquial. Acolher significa oferecer refúgio, proteção ou conforto. É mostrar com gestos e palavras, que a comunidade paroquial é o espaço onde se pode encontrar essa segurança. Demonstrar, na prática, como sugere Zygmunt Bauman, que “a comunidade é um lugar ‘cálido’, um lugar confortável e aconchegante”. Quando se é bem acolhido na comunidade, ela passa a representar, segundo Bauman, esse “teto sob o qual nos abrigamos da chuva pesada, como uma lareira diante da qual esquentamos as mãos num dia gelado”. Toda essa imagem figurada de segurança torna-se real na comunidade quando se é bem acolhido, porque acolher é também dar abrigo, amparar, dar ou receber hospitalidade, ter ou receber alguém junto de si. Assim sendo, a Pastoral da Acolhida vai muito além de recepcionar na porta da Igreja. Ela envolve uma rede de relacionamentos que dá sustentação e perseverança nas ações desenvolvidas na comunidade. Por isso ela deve ser permanente, continua e estar em todos os níveis e dimensões pastorais da paróquia.
Recepcionar bem na porta da igreja na hora da missa é muito importante e, talvez, seja o primeiro passo, mas a Pastoral da Acolhida não pode se limitar a essa ação. Já imaginou o que aconteceria se você desse uma bonita festa, acolhendo bem os convidados quando chegassem, mas, uma vez dentro dela, começasse a maltratá-los ou ignorá-los? Eles logo abandonariam a festa e nunca mais aceitariam seu convite. A mesma coisa ocorre na comunidade. Receber bem os que chegam para a celebração é de suma importância, mas, depois disso, vem a parte mais desafiadora da Pastoral da Acolhida: fazer com que as pessoas, que simpaticamente recebemos, continuem sendo alvo da nossa atenção e simpatia. Isso nem sempre é fácil, porque a comunidade é também lugar de conflitos e contendas. Só com o amor e o respeito humano as nossas diferenças e limitações são capazes de superar as fases mais desgastantes dos relacionamentos que ocorrem no dia-a-dia da comunidade paroquial.
Visando no primeiro momento a acolhida interna nas comunidades, cabe às pessoas que fazem parte desta pastoral:
a) Convite: Ir ao encontro dos irmãos e irmãs com um convite verbal ou por escrito; se possível telefonar.
b) Acolhida fraterna na entrada: na porta da casa, da igreja, do templo, da sala de reunião...
c) Lugares adequados: Pôr as crianças, idosos, pessoas com crianças ao colo, de preferência na beirada do banco. Estar atento para a entrada de pedintes, dar-lhes atenção especial, mas com calma e firmeza, dizendo-lhes que todos são bem vindos, mas que a celebração ou reunião não pode ser tumultuada. Prover meios adequados para atender a alguém que tenha um ataque epilético ou que desmaie.
d) Instalações sanitárias: Devem estar limpas e bem indicadas.
e) Água e copos: Provê-los, para o caso de alguém precisar.
f) Local próprio para crianças: Onde for possível, prever lugar apropriado, onde possam receber atenção especial, durante as celebrações e encontros (assim os pais poderão vir com mais freqüência e participar ativamente).
g) Atenção ao local da celebração e encontro: Cuidar que as janelas sejam ventiladas adequadamente: nem frio, nem calor; de acordo com a época. Preparar bem o ambiente, de forma adequada, se possível com cartazes próprios. Prever decoração sóbria, com flores.
h) Na saída após os encontros ou celebrações: Estar na porta; despedir-se, desejando boa semana e agradecer pela presença.
i) Na própria celebração: Os comentaristas ou motivadores das celebrações devem ser bem preparados e ter em mente o sentido fraterno da celebração ou do encontro, e acolher bem a todos, no início. Fazer referência a pessoas ou grupos que vêm de outras cidades, estados ou países.
Acolher é também receber o outro como ele é, admiti-lo no espaço que já estamos e permitir que se sinta à vontade. Se hoje estamos na comunidade desenvolvendo algum tipo de atividade, é porque um dia alguém também nos acolheu. Acolher é, portanto, aceitar, deixar que o outro venha fazer parte da nossa comunidade e não ver nele um concorrente, mas, sim, um colaborador, alguém que vem para somar. É também dar credito àquele que chega, levar em consideração que, se procurou a comunidade ou essa ou aquela pastoral, é porque quer colaborar, oferecer algo de si; então, nossa missão como cristão é acolher da melhor forma possível.
A Pastoral da Acolhida é parte integrante do processo de evangelização da paróquia, porque ajuda a revelar, nos seus membros e nas ações por ela desenvolvidas, o rosto acolhedor de Jesus, cheio de misericórdia e compaixão. A acolhida como graça não espera nada em troca, simplesmente porque ama e quer que todos estejam unidos. Por isso, a Pastoral da Acolhida, antes de ser um trabalho, uma tarefa ou mais uma pastoral, é uma atitude evangélica que brota de um coração convertido pelo amor misericordioso do Pai; é uma ação que ajuda as pessoas a se sentirem mais importantes, a se verem como filhos e filhas de Deus, que são amados e queridos por outros irmãos. A pessoa, quando chega à comunidade e é bem acolhida, tem vontade de permanecer de fato. A boa acolhida é uma das qualidades mais importantes de nossas paróquias. Paróquia que atende bem terá sempre bons agentes de pastoral e, com isso, cresce sempre mais.
Em suma, a Pastoral da Acolhida consiste, em primeiro lugar, em uma equipe que se dedica a receber bem as pessoas que chegam a nossa igreja para as celebrações. Em segundo lugar, em uma equipe que está atenta ao acolhimento dado no expediente paroquial àqueles quem em busca de alguma informação ou dos serviços da paróquia. Em terceiro lugar, em uma equipe sintonizada com as demais pastorais, movimentos e associações, e que se preocupa com a recepção que é dada entre os seus membros e aos atendidos por eles. Finalmente, a Pastoral da Acolhida é aquela do tipo que deve estar permeada de todas as ações da paróquia, inclusiva as ações do pároco. Embora o trabalho mais evidente da Pastoral da Acolhida seja recepcionar, afetuosamente, os que chegam para as celebrações, o seu desafio maior está em fazer com que a paróquia, como um todo, adote uma postura acolhedora.

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