1. O Deus dos
cristãos é comunidade. Nosso Deus, em seu mistério trinitário, é uma
comunidade, uma família, uma equipe, um grupo. Deus é comunhão, convive e age
em grupo eternamente. Deus decide tudo em grupo, em equipe, porque tudo o que a
Trindade Santa faz é comum às Três Pessoas Divinas. Deus não vive separado, não
é solitário, não é isolado, não é individualista. Deus é “Eu-Tu-Nós”. Esta
unidade de Deus, sua vida em comunhão é o fundamento da Igreja, uma vez que
Jesus pediu: “Pai, que todos sejam um” (Jo 17, 21).
2. Deus, que é
comunhão, criou o homem e a mulher para a comunhão. “Desde o início a pessoa
humana é, por natureza, um ser social” (Gaudium et Spes 12). Deus vive em si
mesmo um mistério de comunhão pessoal. Ao criar o homem e a mulher, inscreve
neles a capacidade de comunhão (Familiaris Consortio 11). Ser imagem e
semelhança de Deus é viver em comunidade, em grupo, em comunhão, é refletir na
terra a realidade da vida trinitária de Deus no céu: “assim na terra como no
céu”.
3. Aprouve a Deus
chamar os homens e mulheres à participação de uma vida e assim constituí-los
num só povo, num corpo (Ad Gentes 2). Deus é modelo daquilo que nós devemos ser
como Igreja e como sociedade (Catequese Renovada 202). Cada Pessoa Divina, na
Trindade, não existe para si, mas para as outras duas, com as outras duas, nas
outras duas. O que é próprio das Pessoas Divinas é a comunhão, o dom de si, o
relacionar-se. Na Trindade, Deus vive uma vida onde tudo é comum. O viver de
Deus é um “ser-em-equipe”, em
grupo. Assim deverá ser a Igreja, povo de Deus. Daí a nossa
preocupação com a “unidade na diversidade” e o nosso compromisso com uma vida
em comunhão, em equipe...
4. A maior glória
da Trindade é vivermos em comunhão, em grupo, como ela vive. A existência cristã
é uma “existência trinitária”. Formar Grupos de Reflexão é um compromisso
trinitário (Catecismo da Igreja Católica 253-256).
5. A Igreja, que
brota da Trindade, será uma comunidade de diálogo, de grupo, de união, de
participação. Será, portanto, uma Igreja ministerial, ecumênica, solidária,
transformadora. Viver em comunhão, em grupo, é a glória de Deus e a salvação da
pessoa humana. “Que todos sejam um como nós somos um” (Jo 17, 21). A Trindade é
a gramática na qual se lê toda a história da salvação. A Trindade é a gramática
da vida em grupo, em
comunidade. A glória de Deus está na nossa comunhão, nos
Grupos de Reflexão, de oração e de vivência.
6. Quem se isola,
não vive a dimensão trinitária da fé, coloca a Trindade no exílio e vive o
monoteísmo do Antigo Testamento, não o monoteísmo trinitário do Novo
Testamento. Nossos Grupos de Reflexão devem ser o espelho da Trindade, um jeito
humano de viver a vida da Trindade, em comunhão e participação.
7. O cristão vive
em comunidade sob a ação do Espírito Santo, princípio invisível de unidade e
comunhão, como também da unidade e variedade de estados de vida, ministérios e
carismas (Puebla 638).
8. Em virtude do
Batismo e da Confirmação somos chamados a ser discípulos missionários de Jesus
Cristo e entramos na comunhão trinitária na Igreja (Aparecida, 153).
9. A dimensão
comunitária é intrínseca ao mistério e à realidade da Igreja que deve refletir
a Santíssima Trindade (Aparecida 304). Quanto mais a Igreja reflete, vive e
comunica este dom de inaudita unidade, que encontra na comunhão trinitária sua
fonte, modelo e destino, parece mais significativo e incisivo seu operar como
sujeito de reconciliação e comunhão na vida de nossos povos. Maria Santíssima é
a presença materna indispensável e decisiva na gestação de um povo de filhos e
irmãos, de discípulos e missionários de seu Filho (Aparecida 524).
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